A mídia informou sobre a morte de fotógrafo baleado por traficantes em comunidade de Niterói
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- Publicado em 19 de maio de 2021 às 21:46
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- Por AFP Brasil
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“Silêncio da mídia. Thiago de Freitas Souza, foi morto a tiros. O crime foi na favela Santo Cristo em Niterói (RJ). A mídia, que defendeu traficantes no Jacarezinho, ignorou o caso”, afirma o texto de uma das imagens compartilhadas no Facebook (1, 2, 3) e no Instagram (1, 2, 3).
O fotógrafo foi morto na manhã do dia 15 de maio depois de reclamar com traficantes de drogas da comunidade de Santo Cristo, em Niterói, que o barulho feito por eles não deixava sua filha dormir. Após ter sido baleado no quintal de casa, a vítima foi levada a um hospital e operada, mas não resistiu aos ferimentos.
Pelo menos seis meios de comunicação informaram sobre a morte de Souza horas após o ocorrido, no dia 15: o jornal O Dia; o portal G1, a Folha de S.Paulo, o portal Yahoo Notícias, a Uol e a Rede Globo, no programa RJTV.
No dia seguinte, antes, portanto, de as publicações serem compartilhadas nas redes sociais, pelo menos outros cinco veículos repercutiram o caso: o jornal Estado de S. Paulo, o site da revista IstoÉ, o portal Terra, o jornal Correio e o jornal Extra. O G1 retomou o caso em matéria sobre o sepultamento da vítima.
No dia 17 de maio, também foram veiculadas notícias sobre o enterro de Souza em sites, jornais e telejornais, como o Bom Dia Rio da TV Globo, O Globo e O Dia.
A morte de Souza foi noticiada, portanto, por pelo menos dez grandes veículos entre os dias 15 e 16 de maio, antes de as publicações falarem em “silêncio da mídia”. O caso continuou sendo acompanhado no dia seguinte, quando ocorreu o sepultamento do fotógrafo.
A acusação foi feita após a forte repercussão da violenta operação policial realizada no dia 6 de maio na favela do Jacarezinho, no Rio de Janeiro. A ação deixou 25 mortos e gerou muitos protestos de grupos de direitos humanos, de políticos e do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos. O presidente Jair Bolsonaro parabenizou a polícia do Rio pela ação e o vice-presidente Hamilton Mourão a justificou com o argumento de que os mortos seriam “bandidos”.