Flávio Dino não é réu em processo sobre desvios de R$ 1 bilhão na Saúde do Maranhão

  • Publicado em 4 de julho de 2025 às 18:47
  • 2 minutos de leitura
  • Por AFP Brasil
Em 2017, a Polícia Federal deflagrou uma operação que investigava um desvio de R$ 1 bilhão na saúde pública do Maranhão, que perpassou o governo de Flávio Dino, atualmente ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). Em maio de 2025, uma matéria sobre a operação voltou a circular nas redes sociais, somando mais de 200 mil interações, como se tivesse apontado o envolvimento de Dino no esquema. Mas não há citação sobre uma suposta participação do ministro. O esquema era operado por uma empresa que administrava hospitais do estado e Dino não é réu no processo que tramita sobre o caso na Justiça.

Como um cara desse foi parar no STF?”, lê-se no texto sobreposto ao vídeo que circula no Kwai, no Facebook e no Instagram.

A sequência exibe uma foto do ministro Flávio Dino abaixo de um trecho de 2 minutos e 15 segundos de uma reportagem do programa Fantástico, da Rede Globo, sobre um desvio de R$ 1 bilhão da saúde pública do Maranhão, que ocorreu durante os mandatos de Roseana Sarney (MBD) e do próprio Dino (então PCdoB) no governo do estado.

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Captura de tela feita em 3 de julho de 2025 de uma publicação no Instagram (.)

Entenda o caso

A matéria do Fantástico, exibida em 11 de junho de 2017, fala sobre uma operação da Polícia Federal que investigou desvios cometidos pelo Instituto de Desenvolvimento e Apoio à Cidadania (Idac), uma organização social responsável por administrar seis hospitais do Maranhão.

Segundo a reportagem, a empresa havia firmado um contrato com o governo do estado entre 2014, no final do mandato de Sarney, até 2017, quando Dino já era governador. Durante todo o período, a organização teria desviado R$ 1 bilhão de recursos federais.

A matéria do Fantástico, no entanto, não cita o envolvimento de Dino ou Sarney no esquema de desvio de recursos públicos.

Em entrevista à reportagem, o então superintendente da PF Alexandre Saraiva aponta que o articulador do esquema seria Antônio Augusto Aragão, que além de presidir o Idac, era presidente do Partido Social Democrata Cristão (PSDC). Essa informação foi omitida no trecho que circula nas redes.

O vídeo viral também corta a parte em que o superintendente diz que o esquema criminoso continuou entre governos “ignorando mandato, ignorando qual partido estivesse no poder”.

Em 2020, a Justiça Federal tornou réus 23 acusados de participarem do esquema. Dino não estava entre eles. O nome do ministro também não aparece no processo aberto atualmente sobre o caso.

Este conteúdo também foi checado pelo Estadão Verifica.

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