
Ministro Barroso não justificou frase “perdeu, mané” após segundo mandato de Trump, mas em 2023
- Publicado em 17 de abril de 2025 às 18:53
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- Por AFP Brasil
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“Verme maldito!! Arrependido? Ministro Barroso diz que se arrependeu do 'perdeu mané'” e “Não esperavam a chegada de Donald Trump, e agora está chegando o grosso” são as frases sobrepostas a vídeos no Instagram e no TikTok.
Na gravação que embasa as publicações, o ministro Luís Roberto Barroso é ouvido dizendo: “As duas frases que você se referiu, ‘perdeu mané’ e essa do ‘derrotamos o extremismo’, na verdade, foram frases em momentos de grande agressividade, radicalização, xingamentos, ofensas, que geralmente não são o melhor contexto”. E complementa: “E no caso do congresso da UNE eu disse, usei uma palavra quando queria ter usado outra. Portanto, a minha crítica era ao extremismo, e não às milhões de pessoas que votaram no ex-presidente”.

Uma pesquisa no Google pelas frases ditas por Barroso no conteúdo viral exibiu a íntegra da gravação, publicada em 29 de setembro de 2023 no canal da Rádio e TV Justiça no Youtube.
Na ocasião, o ministro do Supremo Tribunal Federal concedeu sua primeira entrevista coletiva como presidente do STF e foi indagado sobre como lida com a grande exposição pública e a consequente crítica por algumas de suas declarações.
Em Nova York e na UNE
Em resposta à pergunta, o ministro citou o episódio de novembro de 2022 em que disse“perdeu, mané, não amola” ao ser confrontado em Nova York por um apoiador de Bolsonaro – derrotado no pleito eleitoral daquele ano – sobre as urnas eletrônicas brasileiras.
“O senhor vai responder às Forças Armadas? O senhor vai deixar o código-fonte ser exposto? O Brasil precisa dessa resposta ministro, com todo respeito”, havia questionado o homem.
Em sua resposta na coletiva, Barroso também fez menção a outro episódio, ocorrido durante um congresso da União Nacional de Estudantes (UNE), em que disse haver derrotado “o bolsonarismo”.
Em julho de 2023, o ministro participou do evento e reagiu a vaias de manifestantes que seguravam uma faixa com os dizeres “Barroso: inimigo da enfermagem e articulador do golpe de 2016”.
Na ocasião, disse: “Já enfrentei a ditadura e já enfrentei o bolsonarismo, não me preocupo” e “nós derrotamos a censura, nós derrotamos a tortura, nós derrotamos o bolsonarismo para permitir a democracia e a manifestação livre de todas as pessoas”.
Ao comentar sobre essas declarações na coletiva de setembro de 2023, Barroso afirmou que elas foram reações a um quadro de “radicalização, agressividade e desrespeito” que nunca havia existido antes no Brasil e que esperava que não voltasse a existir. A ponderação não teve, portanto, relação com a nova eleição de Trump no final de 2024.
O AFP Checamos já verificou outra declaração tirada de contexto e apresentada nas redes como uma consequência da eleição de Trump nos Estados Unidos.