Foto de Campos Neto em churrasco com Ciro Nogueira e Tarcísio de Freitas é de 2021
- Publicado em 2 de julho de 2024 às 22:50
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- Por AFP Brasil
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“Vazou foto do presidente do Banco Central num churrasco com bolsonaristas. Mas tem alienado que acredita que o BC é idependente”, diz uma publicação no X. O conteúdo circula também no Facebook.
A imagem mostra o economista Roberto Campos Neto ao lado do senador Ciro Nogueira (PP-PI), do ex-ministro das Comunicações Fábio Faria e do atual governador do estado de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos).
A foto e a legenda da instantânea “vazada” circulam em meio às repetidas críticas feitas pelo presidente Lula à atuação de Campos Neto no Banco Central, que envolvem, sobretudo, a manutenção da taxa básica de juros do país em um patamar considerado alto pelo mandatário.
Uma busca reversa pela imagem no Google Lens, porém, levou a uma matéria publicada pelo veículo Poder 360 em 7 de agosto de 2021, que contém a mesma foto.
O texto explica que o registro representa um almoço de confraternização, feito nessa mesma data, e oferecido por Faria, à época ministro do governo Bolsonaro. Já Tarcísio de Freitas era ministro da Infraestrutura, e Ciro Nogueira havia acabado de ser empossado como ministro da Casa Civil.
Em 2021, Campos Neto já era presidente do Banco Central desde 28 de fevereiro de 2019, após ter sido indicado ao cargo por Bolsonaro.
A imagem, como explica a matéria do Poder 360, foi publicada pelo próprio Fábio Faria em seu perfil no X, à época — e não foi, portanto, “vazada” como indicam as publicações:
Recebendo meus amigos ministros @tarcisiogdf, @ciro_nogueira e o presidente do Banco Central, Roberto Campos. Costela no fogo de chão!!! pic.twitter.com/dMzHWYkzbp
— Fábio Faria (@fabiofaria) August 7, 2021
Em 2023, quando Lula já era presidente da República, Campos Neto também participou de um evento semelhante, quando compareceu a um churrasco junto ao mandatário e outros ministros do governo.
No Brasil, o presidente do Banco Central e seus demais diretores são indicados pelo presidente da República e aprovados pelo Senado Federal. Tanto o presidente da instituição quanto os diretores têm mandatos fixos de quatro anos, mas que não coincidem com o mandato do presidente da República.
Na prática, isso significa que o presidente do Banco Central governa a instituição durante os dois últimos anos do mandato do chefe de governo que o indicou, e durante os dois primeiros anos de governo do próximo presidente. Esse modelo de gestão foi definido pela Lei Complementar 179/2021, como forma de garantir a autonomia do Banco Central.
No caso de Campos Neto, empossado em 2019, sua gestão na presidência do Banco Central chegará ao final de 2024, já que teve seu mandato estendido por um decreto de Bolsonaro. Lula, então, poderá indicar um sucessor para o economista, que por sua vez ficará no cargo pelos últimos dois anos da administração petista, e durante os dois primeiros anos do próximo governo federal.