Tentativa de invasão de terras no Araguaia não envolveu MST, mas grileiros, segundo autoridades

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  • Publicado em 31 de maio de 2023 às 21:33
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  • Por AFP Brasil
Em 21 de maio de 2023, o governo do Mato Grosso divulgou um comunicado sobre a prisão de 12 suspeitos de uma tentativa de invasão de terras na região do Araguaia. Mas os presos não eram “sem-terra”, como alegam publicações compartilhadas milhares de vezes nas redes sociais desde então. O governo do estado e sua Secretaria de Segurança Pública anunciaram que os envolvidos eram grileiros, presos com uma “estrutura milionária”. Em entrevista após a ação, o governador Mauro Mendes (União Brasil) se referiu aos detidos como “grileiros profissionais”.

“Grupo ‘Sem-terra’ é flagrado e preso com estrutura milionária para invadir fazendas e praticar o terror no campo. Um ótimo trabalho para a CPI do MST”, dizem as mensagens no Twitter, no Instagram e no Facebook. A alegação foi difundida pelo Jornal da Cidade Online, que já teve outros conteúdos verificados pelo AFP Checamos.

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Captura de tela feita em 30 de maio de 2023 de uma publicação no Twitter ( .)

As publicações circulam em meio à instalação, em 17 de maio de 2023, da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga supostos crimes associados ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).

Mas o governo do Mato Grosso, onde a tentativa de invasão aconteceu, indica que não há relação com sem-terras.

“Grileiros com estrutura milionária”

Uma busca reversa pela imagem que ilustra as publicações levou a um comunicado publicado no site do governo de Mato Grosso se referindo aos invasores como grileiros, pessoas que se apossam de terras públicas sem destinação, ou de terras de terceiros. Essa apropriação envolve a criação de documentos falsos para loteamento, ou desmembramento do solo sem autorização.

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Comparação feita em 30 de maio de 2023 entre uma publicação viral (E) e o comunicado do governo do Mato Grosso ( .)

O texto detalha que a tentativa de invasão a uma fazenda aconteceu em 20 de maio de 2023 e levou à prisão de 12 pessoas. O secretário de Estado de Segurança Pública, César Roveri, falou sobre a estrutura em posse dos suspeitos: “Os criminosos estavam com carreta e contêineres, o que mostra que não eram simples invasores, mas, sim, pessoas com recursos”.

A nota destaca, ainda, que dois dos suspeitos são policiais militares da reserva.

Novas pesquisas, dessa vez por palavras-chave, levaram a notícias sobre o caso. Algumas delas destacavam declarações do governador do Mato Grosso, Mauro Mendes, após a prisão:

A Secretaria de Estado de Segurança Pública do Mato Grosso (Sesp-MT) corroborou com a nota do governo, classificando os suspeitos como “grileiros”.

Referências

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