Trio “fazendo o L” não é do TSE; são advogados responsáveis por recursos contra Deltan Dallagnol

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  • Publicado em 22 de maio de 2023 às 20:05
  • Atualizado em 24 de maio de 2023 às 15:57
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  • Por AFP Brasil
Não são ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) os advogados que aparecem “fazendo o L” em uma foto após o julgamento que decidiu pela cassação do deputado federal Deltan Dallagnol (Podemos). As pessoas vistas no registro, compartilhado centenas de vezes nas redes sociais desde 17 de maio de 2023, foram responsáveis por recursos contra uma decisão que havia negado pedidos de impugnação do registro de candidatura do parlamentar. Eles não integram o Tribunal e, portanto, não participaram da decisão pela cassação.

“TSE imparcial do Xandão”, diz a legenda de uma das publicações compartilhadas no Twitter. O conteúdo também circula no Facebook e no TikTok.

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Captura de tela feita em 19 de maio de 2023 de uma publicação no Twitter ( .)

Em 16 de maio de 2023, o TSE julgou recursos contra uma decisão do Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR), que havia deferido o registro de candidatura de Deltan Dallagnol.

Por unanimidade, os ministros decidiram pela cassação da candidatura do deputado. Mas os advogados que posam em uma foto viral fazendo o símbolo do “L”, em referência ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), não integram o Tribunal, como sugerem usuários. Portanto, não participaram da decisão.

Recursos

A decisão do TSE se deu a partir da análise de recursos apresentados pelo Partido da Mobilização Nacional (PMN) e pela federação Brasil da Esperança. O advogado Michel Saliba, à direita na foto viral, representou o primeiro, e os advogados Luiz Eduardo Peccinin e Evelyn Melo Silva, a segunda.

Eles argumentaram que Dallagnol estaria inelegível na data do registro de sua candidatura por ter pedido exoneração do cargo de procurador da República enquanto processos disciplinares internos ainda estavam pendentes.

Ao AFP Checamos, Peccinin classificou as alegações que os chamam de “ministros imparciais do Xandão” como “absurdas” e disse:

O memorial do recurso, uma espécie de resumo apresentado à corte antes do julgamento, explicita o argumento utilizado e deixa clara a participação dos três como autores da ação.

O relator do caso, ministro Benedito Gonçalves, votou pela cassação do registro de Dallagnol, citando o artigo 1º da Lei da Inelegibilidade.

Ele afirmou: (...) São inelegíveis para qualquer cargo eletivo, pelo período de oito anos, os membros do Ministério Público e do Poder Judiciário que, alternativamente, tenham sido aposentados compulsoriamente por decisão sancionatória, tenham perdido o cargo por sentença ou, ainda, tenham pedido exoneração ou aposentadoria voluntária na pendência de processo administrativo disciplinar”.

O parecer de Gonçalves foi seguido pela corte de forma unânime. Participaram: Raul Araújo, Sérgio Banhos, Carlos Horbach, Cármen Lúcia, Kassio Nunes Marques e Alexandre de Moraes.

A íntegra da sessão, com os votos e a argumentação dos recorrentes, pode ser vista no canal do TSE no YouTube.

Referências

24 de maio de 2023 Corrige a legenda da segunda referência

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