Na verdade, a presidente do PT fazia um discurso contra a precarização das condições de trabalho
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- Publicado em 6 de junho de 2019 às 23:05
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- Por AFP Brasil
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“BOMBA! É o fim de Gleisi Hoffmann! Vídeo que acaba com a petista de vez. Vazou um vídeo de reunião de cúpula; e a senadora petista diz que querem é desemprego em massa”, diz a legenda do vídeo, publicado em 28 de maio de 2019, e cuja verificação foi solicitada pelo WhatsApp da equipe de checagem da AFP.
A mesma gravação circula nas redes sociais (1, 2) desde julho de 2017. Em todas as versões, o vídeo é acompanhado pelo texto: “Em evento no último sábado, Gleisi afirmou que a esquerda quer ‘desemprego efetivo’”.
No vídeo viralizado, Gleisi diz: “Nós não queremos desemprego estatístico, nós queremos desemprego efetivo”.
Contudo, ao observar o vídeo completo, publicado na conta oficial de Gleisi Hoffmann no Facebook em 8 de julho de 2017, é possível perceber que nas publicações virais a fala da deputada foi cortada. Aos 42 minutos e 49 segundos do vídeo, a equipe de checagem da AFP identificou a frase completa.
“O México fez uma reforma trabalhista dessas. O México tem, hoje, dois por cento de desempregados. Quem olha para a estatística acha que está correto, só que o México ‘tá’ miserável, porque ao invés de dar emprego e melhorar as condições de vida das pessoas, precarizou os empregos bons que tinha”, disse Gleisi, após criticar a reforma trabalhista proposta pelo governo do presidente Michel Temer (2016-2018). “Nós não queremos desemprego estatístico, nós queremos desemprego efetivo e as pessoas ganhando um salário decente”, completou.
Procurada, a assessoria de imprensa da deputada afirmou em uma nota enviada à AFP que ela “se equivocou durante seu discurso, trocando a palavra ‘emprego’ por ‘desemprego’”. “O vídeo foi editado e sua fala descontextualizada. É óbvio que a deputada jamais apoiaria o ‘desemprego efetivo’, pois sua atuação sempre foi em favor dos trabalhadores”.
No restante de seu discurso, Gleisi Hoffmann defende um “salário decente” e critica a reforma trabalhista, por acreditar que as mudanças adotadas resultariam na precarização das condições de trabalho.
Em resumo, o vídeo viralizado é enganoso, porque tira de contexto a afirmação da deputada, que, segundo sua assessoria, trocou a palavra “emprego” por “desemprego”.