
É de 2017 pedido da PGR por condenação de Gleisi Hoffmann; petista foi absolvida pelo STF em 2018
- Publicado em 15 de outubro de 2025 às 22:50
- 2 minutos de leitura
- Por AFP Brasil
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Em 2017, o SBT exibiu uma reportagem informando que a Procuradoria-Geral da República (PGR) havia pedido a condenação da então senadora Gleisi Hoffmann (PT) por corrupção e lavagem de dinheiro no âmbito da Operação Lava Jato. Desde 13 de outubro de 2025, publicações com mais de 8 mil interações difundem essa reportagem como se os eventos retratados fossem atuais. Essas publicações enganam: há oito anos, a atual ministra da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República foi alvo do pedido de condenação pela PGR, mas em 2018 ela foi absolvida pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
“A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, pediu ao Supremo Tribunal Federal a condenação e a perda do mandato da senadora paranaense Gleisi Hoffmann, presidente do PT, por corrupção e lavagem de dinheiro”, ouve-se no trecho de uma reportagem compartilhada no Facebook e no TikTok com a data “13/10/2025” sobreposta.

Em determinado momento da reportagem, é possível ver que uma das repórteres exibe um microfone com o símbolo do canal SBT.
Há indícios de que o conteúdo não é de 2025: atualmente, Paulo Gonet é o Procurador-Geral da República, não Raquel Dodge — a jurista ocupou a função de 2017 a 2019.
Além disso, Gleisi Hoffmann exerce o cargo de ministra na Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República. Ela foi indicada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em fevereiro de 2025 e, para isso, licenciou-se do mandato como deputada federal. De 2011 a 2018, Hoffmann ocupou o cargo de senadora — período que coincide com o que é mencionado no conteúdo viralizado.
Reportagem de 2017
Uma busca no Google pelos termos “Gleisi Hoffmann”, “Raquel Dodge”, “PGR” e “condenação” exibiu reportagens (1, 2) publicadas em novembro de 2017, entre elas a do SBT, sob o título: “Raquel Dodge pede a condenação da presidente do PT por corrupção”. Trata-se da mesma gravação que circula em 2025 fora de contexto.

Na ocasião, a PGR pediu ao STF a condenação de Gleisi Hoffmann, do ex-ministro do Planejamento Paulo Bernardo e do empresário Ernesto Kugler Rodrigues por um suposto desvio de R$1 milhão da Petrobras. De acordo com a acusação, o dinheiro teria sido usado para financiar a campanha de Gleisi ao Senado em 2010.
Em junho de 2018, a Segunda Turma do STF absolveu (1, 2) Gleisi Hoffmann, Paulo Bernardo e Ernesto Kugler Rodrigues por falta de provas.
Referências
- Reportagem do SBT de 2017
- Tramitação da ação no site do STF (1, 2)