Governo Lula não é autor de projeto que prevê eletrônicos no Complexo do Bangu

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  • Publicado em 29 de maio de 2023 às 19:49
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  • Por AFP Brasil
Um projeto do governo do estado do Rio de Janeiro destinou televisores e computadores para escolas do Complexo Penitenciário de Bangu. No entanto, em publicações com milhares de compartilhamentos nas redes sociais desde 21 de maio de 2023, usuários usam uma matéria do telejornal RJ2 para alegar que a iniciativa é do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Na verdade, a reportagem original explica que a Secretaria de Administração Penitenciária (Seap) do Rio aderiu ao projeto “Cultura Maker”, da Secretaria estadual de Educação, que equipa escolas estaduais com materiais eletrônicos.

“Ex-presidiário do Lula vai fazer reforma nos presídios do Brasil. ‘Presídio de Luxo’”, diz a legenda de uma publicação com mais de 70 mil compartilhamentos no TikTok, no Facebook, no Instagram e no Kwai.

A sequência mostra o trecho de uma reportagem do jornal RJ2 sobre um projeto que prevê a aquisição de televisores e computadores para o Complexo Penitenciário de Bangu, localizado no Rio de Janeiro.

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Captura de tela feira em 29 de maio de 2023 de uma publicação no TikTok ( .)

A notícia da aquisição dos equipamentos eletrônicos foi veiculada pelo jornal RJ2 em 18 de maio de 2023 e replicada em uma matéria no portal g1. No vídeo viral, contudo, a fala da apresentadora Ana Luiza Guimarães foi cortada quando ela diz que se trata de um projeto do governo do estado do Rio de Janeiro.

O que diz a matéria?

De acordo com a reportagem, a Secretaria de Administração Penitenciária teria aderido ao projeto “Cultura Maker”, uma iniciativa da Secretaria de Educação do Rio de Janeiro (Seeduc-RJ) que busca equipar escolas estaduais com equipamentos de tecnologia. Os itens seriam destinados às escolas de detentos que funcionam no Complexo de Bangu.

Ainda segundo a matéria, a lista de materiais contava com TVs, laptops, câmeras fotográficas, caneta 3D, impressora e PlayStation 5, com o jogo “Fifa 23”.

Contudo, a lista teria causado “espanto” entre os agentes da Seap. Por isso, no último dia 17 de maio, 50 itens que possibilitam captação de imagem e acesso à internet foram removidos, sobrando TVs, óculos de realidade virtual e computadores.

Posicionamento da Seap

Procurada pelo AFP Checamos, a Seap explicou que as escolas prisionais oferecem aulas nas modalidades de educação de jovens e adultos (EJA), de ensino médio e de pré-vestibular, e que as unidades “seguem fielmente as diretrizes da Seeduc, o que inclui a aquisição de materiais escolares e equipamentos”.

A secretaria também informou que “não permitiu e nem vai permitir a entrada de videogame ou ferramentas similares, uma vez que o ingresso de equipamentos eletrônicos nas unidades prisionais é terminantemente proibido”.

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